Psicologia financeira

A real necessidade da pós-modernidade

Você já ouviu falar de psicologia financeira? Essa área estuda o comportamento humano em relação ao dinheiro e pode ser uma ótima ferramenta para entender porque você gasta e quais as melhores saídas para aprender a economizar e realizar seus sonhos.

A verdade é que a maneira como pensamos e sentimos influencia muito a nossa vida financeira. Com toda a certeza você conhece alguém que anota todos os gastos e economiza nos centavos, e ao mesmo tempo outra pessoa que esbanja e gasta sem pensar no amanhã, acumulando dívidas e mais dívidas.

A maioria das pessoas está entre esses dois extremos, mas a psicologia financeira também é muito influenciada pela cultura. No Brasil, é comum que as pessoas não tenham muito controle financeiro e gastem sem poder.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que em fevereiro de 2021, 66% das famílias brasileiras estavam endividadas com o cartão de crédito.

Isso reflete a falta de educação financeira, pois os juros do cartão de crédito são alguns dos mais altos. Mas também é um sinal de que nos comportamos de forma errada com relação ao cartão, fazendo dele uma extensão da nossa renda.

Se você passa por isso e quer melhorar seu comportamento financeiro, veja algumas orientações:

1 – Para onde meu dinheiro está indo?

O primeiro passo para entender a sua psicologia financeira é mapear para onde o seu dinheiro está indo. A maioria dos nossos gastos é emocional e nos dizem muito sobre nossos anseios.

Utilize planilhas, cadernos ou aplicativos para anotar todas as suas despesas. Isso pode ser difícil para muitas pessoas, mas faça um esforço para mapear pelo menos as despesas de um mês.

Você verá que existem alguns gastos supérfluos repetitivos, e que pode inclusive acontecer sempre no mesmo horário. Lembre-se do momento em que fez essa compra e analise: o que eu estava sentindo? Por que realmente comprei?

Quando você está se sentindo triste ou estressado, é comum fazer uma compra para “compensar” a dificuldade que está passando. Por exemplo, depois de um dia difícil do trabalho, pedir uma pizza mesmo já tendo comida em casa. Ou, quando está com a autoestima baixa, comprar algo que faça com que você se sinta mais bonito.

Analise cada um desses gastos. O primeiro passo é se conhecer e entender como funciona pra você.

2 – Psicologia financeira: o hábito de dizer não

Depois do 1º passo, você pode descobrir que está gastando com coisas que na verdade você não precisa. Mas mais importante, você não está gastando com as coisas que você quer.

Se perguntar para uma pessoa o que ela gostaria de comprar com o dinheiro dela, geralmente as respostas iria incluir viagens, estudos, um automóvel ou outro sonho. Mas na verdade, poucas pessoas de fato gastam seu dinheiro com essas coisas. 

A grande maioria gasta com pequenas coisas no dia a dia e que acabam impedindo que grandes planos se realizem.

Por isso, a psicologia financeira inclui aprender a dizer não. Isso não quer dizer que você deve se privar de todos os prazeres. Você pode reservar uma parte pequena do seu orçamento para esses gastos mais emocionais. Mas saiba dizer não, quando começar a comprometer suas metas financeiras.

Lembre-se: o prazer e o alívio que você pode sentir, ao viajar no final do ano será muito maior do que o de comprar mais uma roupa a qual não precisa.

3 – Psicologia financeira: o poder associado ao dinheiro

Na verdade, a maioria das nossas compras são puramente emocionais. Fazemos compras para nos sentir poderosos, amados, admirados, ter um status dentro do nosso grupo. Entender esse comportamento, biológico e evolutivo, é importante para controlar melhor nossos impulsos.

Sempre pergunte qual é a razão por trás da compra e poderá avaliar se realmente comprar é a melhor maneira de alcançar aquele objetivo. Muitas vezes, você poderá ser visto com mais respeito e carinho, se alterar sua postura, sua fala e suas atitudes. Os bens materiais mantêm influência na percepção das pessoas sobre nós e também a nossa percepção sobre nós mesmos. Mas eles não são nem de longe o principal.

Nunca caia na armadilha de “aparecer antes de ter”. O seu valor independe da quantidade de dinheiro que você ganha e dos bens que ostenta.

4 – A bola de neve das dívidas

Algumas pessoas têm uma dificuldade tão grande para controlar suas finanças que isso se torna um problema crônico em suas vidas. Nesses casos, entender os componentes emocionais e psicológicos que estão por trás disso é ainda mais importante.

Um dos aspectos importantes é a negação e a fuga da realidade. Quando a pessoa se recusa a olhar para suas dívidas, a cortar gastos e continua agindo como se não houvesse amanhã, na verdade ela está com um medo profundo de não conseguir resolver seus problemas. Então simplesmente finge que eles não existem.

Com ajuda profissional, essas pessoas podem encarar de frente esse medo e aos poucos se livrando da compulsão. 

5 – Psicologia financeira: autorresponsabilidade

Outro aspecto importante para melhorar a maneira de lidar com o dinheiro é a autorresponsabilidade. Existem muitos casos em que o dinheiro é insuficiente até mesmo para o básico.

Mas na grande maioria, o que acontece é uma falta de organização, foco e disciplina. Existem pessoas que ganham pouco e conseguem fazer muito mais do que outras que ganham bem, pois conhecem suas finanças, se planejam e mantêm seu foco em seus objetivos a médio e longo prazo.

Acreditar que ganhar mais não irá resolver todos os problemas, porque provavelmente seus gastos também vão aumentar. Colocar a culpa dos seus problemas financeiros no seu salário, na inflação, nas propagandas, muito menos. 

Por mais que seja difícil, a autorresponsabilidade te dará o controle total de suas próprias finanças. O que é ótimo, porque muitas pessoas sentem que não são donas do seu próprio dinheiro e vivem para pagar contas.

Ao pegar a responsabilidade para si mesmo e decidir para onde o seu dinheiro vai, você avança no seu desenvolvimento pessoal e na sua organização financeira.

E para você, como anda a sua psicologia financeira?

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